segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

MORE, Thomas

            
Thomas More muito dificilmente poderá ser considerado socialista. Não propunha a instituição de qualquer tipo de sociedade igualitária, nem para sua época, nem para um futuro, por mais longínquo que fôsse.

A partir das informações que obtivera sobre algumas sociedades no "Novo Mundo", nas quais os navegadores europeus testemunharam a inexistência de qualquer sinal de desigualdade social entre seus membros, More escreve uma obra literária ("Utopia") na qual imaginara/descrevera um mundo que não existia em lugar algum, um mundo que só existiria como fruto da imaginação.

Thomas More nasceu em Londres no ano de 1476. Seguindo os desejos de seu pai que era Juiz de Direito, ingressou na Universidade de Oxford, onde se formou em advocacia, embora paralelamente se dedicasse aos estudos de filosofia e teologia.

De vasta cultura humanista, foi estudioso das obras de Platão e Santo Agostinho. Desempenhou algumas funções públicas como membro do Parlamento, diplomata e Relator do Conselho de Estado.

Conheceu e preocupou-se com os problemas econômico-sociais da Inglaterra de seu tempo, que passava pelo processo de transição do feudalismo para o capitalismo: destruição das comunidades aldeãs, transformação das terras cultiváveis em campos de pastagens, expulsão dos camponeses de suas terras.

Adepto do direito natural, suas convicções neste aspecto foram reforçadas com a leitura da brochura "Novo Mundo" escrita por Américo Vespúcio, na qual esse navegador descrevia as condições de vida e a organização social das populações indígenas: inexistência da propriedade privada, ausência de qualquer tipo de autoridade, posse comum dos bens.

Edição inglesa de 1762
Em 1515, foi enviado pelo rei Henrique VIII à Antuérpia como negociador nas relações comerciais entre a Inglaterra e Flandres. Foi nessa época que começou a escrever sua obra máxima, "UTOPIA", que seria publicada em 1516, na qual descreve um país imaginário que não conhecia a propriedade privada, nem a exploração do homem pelo homem, nem a apropriação individual dos bens. Na UTOPIA todos tinham direito à educação e ao lazer; a jornada de trabalho não excedia 6 horas diárias e os interesses individuais cediam aos interesses coletivos.

Em 1529 foi nomeado Chanceler por Henrique VIII, mas anos depois, em conseqüência dos conflitos do monarca e a Igreja Católica que culminaram com a formação da Igreja anglicana por Henrique VIII, Thomas More pede demissão em 1532 das funções que exercia. Sua recusa em reconhecer Henrique VIII como chefe da Igreja na Inglaterra, motivou a abertura de um processo de alta traição, findo o qual foi decapitado em 6 de junho de 1535.


(Dados compilados por Aluizio Moreira)

Fontes:
Arquivo Marxista na Internet
BEER, Max. História do socialismo e das lutas sociais.São Paulo:Expressão Popular,2006.
BRAVO, Gian Mario. Historia do socialismo. Lisboa:Europa-America, 1977, 3 vols.
COLE, G.D.H. Historia del pensamiento socialista.Mexico:Fondo de Cultura, 1957-1960, 7 vols.
DROZ, Jacques (Dir). Historia geral do socialismo. Lisboa: Horizonte, 1972-1977, 9 vols.
HOFMANN, Werner. A historia do pensamento do movimento social dos séculos 19 e 20. Rio de Janeiro:Tempo Brasileiro, 1984.
PETITFILS, Jean-Christian. Os socialistas utópicos. São Paulo: Circulo do Livro, s/d.

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